Mas porquê falar em sustentabilidade digital?
A sustentabilidade digital ainda não é um dos principais objetivos da maioria das empresas e organizações. Mas num mundo onde até o nosso frigorífico tem Wi-Fi, precisamos de falar sobre o rasto digital, que deixamos no ambiente.
Estamos cada vez mais conectados, recorremos recorrentemente a IA e queremos respostas imediatas. Mas qual é o impacto ambiental da tecnologia e do restante universo digital disso?
Nós acreditamos que esta deve ser uma preocupação crescente.
Não há bom UX e boa performance, sem sustentabilidade digital
A energia consumida por servidores para carregar uma página ou mesmo conteúdos gráficos pesados de um site, contribuem para a pegada digital.
No entanto, existem cada vez mais iniciativas inovadoras que permitem criar experiências online eficientes, acessíveis e ambientalmente responsáveis.
Pois é, a eficiência do site, a boa experiência de utilizador que todos querem oferecer, está intimamente ligada à sustentabilidade digital.
Três cases que vale a pena conhecer
Nós gostamos de estar a par de bons exemplos de êxito. É importante vermos outras abordagens, inspirarmo-nos, mas também promovermos boas práticas junto dos nossos clientes.
Veja só o que é possível fazer:
1. The Museum of Data Service

O site do Museum of Data Service é um exemplo brilhante de como pequenas escolhas no design e desenvolvimento podem gerar um impacto significativo. Nós destacamos os seguintes pontos:
- Utilização de fontes de sistema: Optaram por fontes nativas, como Verdana, e eliminaram a necessidade de download de fontes externas, na máquina do utilizador. Isso reduz o consumo de dados e acelera o carregamento do site.
- Imagens otimizadas: Apenas imagens essenciais são utilizadas, em formatos como SVG e WebP, que proporcionam alta qualidade com baixo peso. O uso de técnicas como lazy loading também minimiza o consumo de energia, ao carregar conteúdos apenas quando necessário.
- Infraestrutura eficiente: Este site é hospedado em servidores de alta qualidade e eficiência, maximizando o desempenho. Ou seja, maior rapidez com menor consumo de energia e capacidades avançadas de escalabilidade, que permite gerir o consumo de energia apenas quando está a ser necessário.
- Foco em acessibilidade: O design inclusivo não só beneficia utilizadores com diferentes necessidades, mas também promove práticas digitais responsáveis. Acessibilidade não é só uma gentileza, é inteligência digital!
Esse conjunto de práticas demonstra que máxima eficiência e acessibilidade devem andar de mãos dadas, para criar um impacto ambiental positivo.
2. BBC Good Food

A plataforma da BBC Good Food, tem uma forte dependência de conteúdos visuais. Ainda assim, passou por uma auditoria detalhada para mapear sua pegada de carbono digital.
O que destacamos neste caso é a importância de medir, ajustar e colaborar:
- Auditoria inicial: Uma análise e medição da pegada do site, possibilitou identificar as áreas mais críticas em termos de consumo energético. Nesta situação, estava principalmente ligada à utilização de imagens.
- Equipa dedicada: A aposta numa equipa interna, a Media Team, permitiu fazer ajustes precisos, incluindo a compressão de imagens, reorganização de conteúdos e priorização de formatos mais sustentáveis.
- Redução de emissões: Como resultado, o site conseguiu diminuir significativamente o seu impacto ambiental, mostrando como uma abordagem integrada pode gerar benefícios tanto ecológicos, quanto operacionais.
O exemplo da BBC Good Food inspira organizações a entenderem a sua própria pegada e a procurarem soluções práticas para reduzir o impacto ambiental no digital.
3. Branch Magazine

O Branch Magazine deu um passo inovador ao adaptar a sua interface ao consumo de energia da sua audiência. Isto mostra como a sustentabilidade digital também pode tocar em questões de infraestrutura.
- Grid-aware design: O site ajusta automaticamente a sua aparência, dependendo do consumo de energia. Quando existe muita procura, sendo que as fontes de energia renováveis são limitadas, o site adota uma versão “lo-fi” em tempo real, para minimizar o seu impacto ambiental.
- Visualização flexível: Noutros momentos, quando há maior disponibilidade de energias renováveis, o site volta a disponibilizar o seu design completo e interativo.
- Consciência ambiental: Esta abordagem dinâmica não só educa os utilizadores sobre as consequências das suas escolhas digitais, mas também reforça a importância de adaptar as tecnologias ao contexto de consumo atual.
O exemplo do Branch Magazine é como aquele amigo que nos ensina a importância de desligar as luzes quando saímos de uma sala.
Acima de tudo mostram como o design sustentável pode ser criativo, funcional mas também adaptado.
A Sustentabilidade Digital é um Win-Win para os Negócios
Os casos de sucesso ilustram bem como a sustentabilidade digital é uma meta alcançável, quando implementamos estratégias bem pensadas.
A combinação de um design eficiente, com a otimização de recursos e a adaptação consciente, impactam apenas a pegada ambiental.
Este tipo de práticas maximizam o desempenho do site e otimizam a experiência do utilizador.
Ao adotar práticas semelhantes, a sua empresa pode contribuir para um futuro digital mais sustentável e responsável.
Além do mais, estas são práticas que vão melhorar a reputação do seu negócio, que aumentam a sua credibilidade no mercado e contribuem para a retenção de clientes.
Já alguma vez mediu a sua pegada digital?
Como viu, cada decisão tem o potencial de fazer a diferença nos resultados da sua empresa.
Para nós todos os passos dados para a construção de um site, tem esse potencial.
Leia outro artigo sobre a sustentabilidade digital e de como se cruza com as várias vertentes de um site.