Chapéus há muitos – mas estes são especiais

Edward de Bono, autor da expressão pensamento lateral, desenvolveu a técnica seis chapéus do pensamento que tem vindo a ser adoptada por escolas e empresas de todo o mundo.

Vou partilhar consigo uma técnica que mudou a minha vida. Calma, isto não é uma afirmação vazia e vã, pensada para fazer com que a pessoa leitora fique até ao fim do artigo. É mesmo verdade: os seis chapéus do pensamento mudaram a minha vida. Quer saber do que se trata? Leia o artigo até ao fim! 😆

O que são os seis chapéus do pensamento?

Edward de Bono, autor da expressão pensamento lateral, desenvolveu a técnica seis chapéus do pensamento que tem vindo a ser adoptada por escolas e empresas de todo o mundo. A sua proposta é simples: dispomos de seis chapéus, com seis cores diferentes e que traduzem seis linhas de pensamento distintas. Face ao problema que temos em mãos (criar uma ideia nova ou melhorar uma ideia, avaliar prós e contras, planeamento estratégico ou melhorias de processo) vamos fazendo uso de cada um dos chapéus.

O chapéu azul actua como maestro ou organizador da agenda ou plano. Decide o que vamos fazer a seguir, mantém o foco e é responsável por fazer pontos de situação.

O chapéu branco tem a seu cargo a informação – a que está disponível ou aquela de que precisamos. Não avalia se é bom ou mau, apenas recolhe informação ou elenca aquela que nos falta.

O chapéu vermelho dá-nos um tempo específico para exprimir emoções ou sentimentos. É o chapéu do gut feeling. Deve ser usado durante um tempo limitado (até 30 segundos) e não precisa de justificação.

O chapéu preto assume uma postura de cautela, identificando problemas e dificuldades. É importante justificar de que forma é que certas tomadas de decisão podem ser desvantajosas.

O chapéu amarelo procura os benefícios de uma certa ideia, devendo justificar esses benefícios. Traz para o diálogo as vantagens e as oportunidades de uma certa ideia.

O chapéu verde convida a pensar em ideias novas, quando são necessárias alternativas. Pede um esforço criativo, um olhar atento às possibilidades. Não temos de avaliar se as ideias novas são boas ou não, esse papel é assumido pelos outros chapéus.

Como aplicar os seis chapéus do pensamento?

Desde que conheci a técnica e me dediquei a estudá-la, tenho usado (e abusado) da mesma nos mais variados contextos, desde o jardim de infância à consultoria nas empresas.

Uma das mais valias desta técnica é o facto de me proporcionar uma estrutura de pensamento e de meta-pensamento: não se trata somente de dar ideias, mas de pensar em que linha de pensamento se enquadram essas ideias. A estrutura dos seis chapéus do pensamento tem os ingredientes necessários para podermos rapidamente gerar uma sequência de chapéus que nos vão permitir atingir o objectivo definido.

Não é necessário que as pessoas com as quais vamos trabalhar tenham conhecimento da técnica para usufruir das suas vantagens. A meu ver é necessário que a pessoas que faz a gestão do projecto ou de uma reunião (por exemplo), tenha conhecimento da mesma e saiba antecipar e planear os passos com a ajuda dos chapéus e das linhas de pensamento. Depois, basta pedir às pessoas que usem os chapéus em certos momentos, fazendo as perguntas afinadas com cada uma das linhas de pensamento.

Como é que os chapéus mudaram a minha vida?

O efeito mais visível diz respeito ao planeamento. A técnica deu-me uma estrutura que exige que o objectivo seja definido previamente e assim o processo de geração de ideias, de gestão da reunião, de melhoria, de tomada de decisão, na gestão da comunicação assíncrona (entre outros), torna-se fluído. Poupa-se tempo e todos os envolvidos sabem em que ponto nos encontramos, sobretudo porque pensamos e também pensamos sobre o pensamento.

Atrás dos seis chapéus do pensamento vieram um conjunto de exercícios de criatividade que me têm ajudado muito no meu trabalho de escrita e de criação de conteúdo. Os chapéus transformam algo muito sério e urgente (precisamos de uma ideia para responder a um briefing!) num momento de jogo e de descoberta entre as pessoas da equipa.

A prática contínua da técnica nos campos pessoal e profissional da minha vida fizeram de mim uma pessoa organizada e criativa, capaz de combinar método e inspiração. Uma vez que podemos usar os chapéus a solo ou em , é o ideal para alguém que, como eu, é freelancer e trabalha ora sozinha, ora acompanhada.

Posso aprender mais sobre os chapéus?

Sim. Há muita informação disponível, entre vídeos no youtube e artigos em blogs. Edward de Bono tem vários vídeos nos quais fala dos chapéus. Os seus livros estão traduzido em várias línguas. Para aprender sobre os chapéus, investigue por Six Thinking Hats®.

Vamos chapelar?

Photo by JOSHUA COLEMAN on Unsplash

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