Confesso que associava o termo curadoria a pessoas que trabalhavam em museus e tinham de escolher que obras iriam fazer parte da exposição X ou Y. A curadoria pratica-se em ambientes tão diversos como um museu, o desenho de uma formação ou no planeamento de conteúdos para redes sociais
O que é a curadoria de conteúdos?
Vamos focar-nos na curadoria de conteúdos para redes sociais. Neste contexto, a curadoria passa por selecionar conteúdos de terceiros para partilhar nas nossas redes sociais ou para nos permitir a construir um conteúdo próprio.
Como se faz curadoria de conteúdos?
Pode pensar que a curadoria de conteúdos é um pouco aleatória ou que dependa do que encontro ou não nos meus dias de scroll nas redes sociais. Sim, pode dar-se o caso de encontrarmos algo por acaso e que até ressoa com o que pretendemos fazer. Ainda assim, a curadoria de conteúdos pode e deve ser planeada.
Seleccione os websites, blogs ou perfis de redes sociais que são inspiradores para a sua marca e com os quais encontra afinidade. Recomendo mesmo que faça uma lista: seja em formato excel ou no twitter. O twitter pode ser utilizado única e exclusivamente para curadoria de conteúdos – e nem precisa seguir os perfis, basta criar uma lista privada de perfis.
Voltemos ao excel: crie uma folha com o nome da empresa, o link do website, a área da especialidade na qual se move e um espaço para observações. Poderá adicionar aqui os seus concorrentes, para se lembrar de acompanhar o seu trabalho e, se o contexto o permitir, partilhar o seu conteúdo.
Esta lista serve de base a um trabalho que poderá fazer parte da nossa rotina semanal ou quinzenal: visitar os websites ou perfis de redes sociais, verificar os bookmarks que fomos fazendo e avaliar da qualidade e relevância do conteúdo para decidir se vai fazer parte do nosso plano.
As ferramentas de bookmark que as redes sociais disponibilizam são essenciais para nos facilitar o trabalho e guardar aquele conteúdo para ver mais tarde e adicionar à lista.
Outra ferramenta importante é uma plataforma de agendamento: ao encontrar o conteúdo que quero partilhar, trabalho o copy e agendo o conteúdo através do hootsuite. É um descanso. O trabalho fica feito e posso sempre avaliar mais tarde se o conteúdo segue mesmo naquele dia e hora ou não.
Que conteúdos partilhar e quando?
Para responder a esta pergunta é necessário ter um plano definido para marca, onde a curadoria de conteúdos se vai integrar.
Na minha prática a curadoria de conteúdos de terceiros é algo que, por um lado, pode fazer parte do plano (por exemplo, partilhar 2x por mês um conteúdo de terceiros). Por outro lado, pode ser a resposta para uma semana menos criativa em termos de criação de conteúdo próprio: e eis que os conteúdos de terceiros nos “salvam”.
É fundamental que o conteúdo que pesquisamos e que guardamos para mais tarde partilhar seja avaliado segundo o critério de pertinência para a nossa marca. Esse trabalho é essencial para que os conteúdos que escolhemos cumpram o papel de acrescentar valor à comunidade que acompanha a nossa marca. Por “acrescentar valor” entenda-se: ser relevante, ter um lado pedagógico ou simplesmente divertir.
A curadoria de conteúdos traz vantagens para uma marca?
Sim, a curadoria de conteúdos traz vantagens para uma marca (para a SUA marca). A saber:
- o reconhecimento da nossa marca como uma autoridade num dado tema;
- permite colmatar a necessidade constante de produzir conteúdos próprios em quantidade e em qualidade;
- amplia as possibilidades de networking: partilhar e citar o conteúdo de outros pode criar pontes > leads > negócio?
- o acesso a informação actualizada e de fontes de inspiração, por parte de quem leva a cabo essa tarefa – ou seja, do/a curador/a!
Conhece ou pratica outras tácticas de curadoria de conteúdos? Partilhe nos comentários!
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