Mais 7 hábitos para um bom designer

Já uma vez escrevi sobre 7 hábitos que um UX Designer deve seguir, e voltando a estes, continuo a achá-los pertinentes e atualizados:

Saber ouvir, ter empatia pelo utilizador, ser social e aberto ao mundo, saber observar, praticar muito e apreciar parvoice.

Coisas simples e práticas que recomendo a todos os designers e aspirantes, mas já agora… a toda a gente, porque acabam por gerar muito divertimento na nossa vida.

Hoje quero acrecentar mais 7 que complementam os anteriores.

Provavelmente vão dizer-me que faltam outros… pode ser. Digam quais, e um dia destes acrescento mais 7.

Mas já sabem, só o faço de 7 em 7… e aqui presto uma homenagem ao artista Rui Augusto. 🙂

up up

Já agora, e antes de continuar, esta animação foi criada com a ajuda do meu amigo Cláudio depois de ele ler este artigo, e nas suas palavras:

A composição tem movimento constante mas suave, simbolizando como estes hábitos estão em constante evolução, mas mantêm uma harmonia entre si.

Aprendizagem contínua

Costumo lembrar-me de que quando andava na faculdade os conteúdos e as matérias eram constantes e praticamente imutáveis. Mesmo as atualizações eram a um nível micro.

Hoje vivemos o oposto.

Não deve haver dia nenhum em que, de repente, não tenhamos que aprender alguma coisa nova ou entrar em áreas que, aparentemente, não nos pertencem.

Recentemente, incorporámos as preocupações com a sustentabilidade digital e nem vale a pena falar de AI pois não?

Todos os dias têm que ser dias de aprendizagem, e só temos que abraçar essa evolução contínua.

Pensamento crítico e analítico

Em qualquer tarefa de design, se queremos realmente inovar, temos que manter a capacidade de pensar crítica e analiticamente sobre o que nos é pedido, proposto ou encomendado.

Por quê? Para quem? Com que base estamos a trabalhar? E há dados? Como pudemos validar? Será mesmo assim? E se?

Eu sei. Podemos ficar próximos do “chato de serviço”, mas só esse questionar constante, e a análise de dados concretos, nos ajuda a inovar nas entregas.

Perguntar, pensar e analisar são, sem dúvida alguma, tarefas diárias para um bom designer.

Capacidade de Adaptação

E depois… se juntarmos os dois pontos anteriores e se recordarmos do outro artigo, a Abertura ao Mundo, temos que cultivar um outro hábito que é a nossa capacidade de adaptação.

A minha avó queixava-se muito da minha geração (no universo dela só havia duas) e do estado do mundo.

Agora que ultrapassei os 20 mil dias na terra e já posso olhar para trás com alguma perspetiva… quando foi a última vez que o mundo esteve quieto?

E o digital? Vamos recurar apenas 10 anos e chorar a rir? Experimentem ver qualquer série dos anos 2000 e reparem bem na relação das pessoas com os telefones.

Não vale a pena cristalizar e derramar o leite chorado (sim, eu gosto de tornar as expressões idiomáticas mais aleatórias). A adaptação é apenas mais um bom dia, numa segunda-feira qualquer.

Colaboração

Com outros designers, com os developers, com os marketeers, com os gestores, com o suporte, com todos os envolvidos.

Não podemos fechar o design no seu casulo e a trabalhar em barricadas, nós contra eles. Só a compreensão do conjunto é que nos permite inventar.

Mesmo tentando chegar a todos os temas, haverá sempre alguém que sabe daquilo mais do que nós. Então, vamos perguntar e perceber a melhor solução.

A colaboração e as sinergias produzem trabalhos com mais significado e melhores resultados.

Gestão do tempo

Este hábito é tão tramado para um designer, quando todos sabemos que as ideias precisam do seu tempo, da sua respiração, do seu desligar da lista de preocupações, para que a serendipidade nos ajude a chegar a sítios mais interessantes.

O duche, o passeio, o nada, a preguiça, a leitura, um filme, uma exposição… todas as coisas que nos ocupam tempo podem produzir melhores resultados.

Mas, depois há os prazos. Isso… os prazos e a pressão.

Efetivamente temos que criar bolsas de tempo para deambular, mas também temos que criar slots de trabalho concreto que nos permitam avançar.

Ao mesmo tempo que estamos a fazer coisas muito rotineiras e programadas, há sempre ideias que vão passeando pelos intervalos e nos ajudam a chegar lá.

O tempo perguntou ao tempo… está na agenda pá!

Foco na Acessibilidade

Ainda me doi quando me lembro da primeira vez que fomos confrontados com o tema e com a péssima experiência que estavamos a implementar.

A acessibilidade, acho que já o dissemos noutros sitios, não deve ser vista apenas para as situações extremas.

Há tantas nuances pelo caminho, tantos níveis de incapacidade, incluindo as temporárias, que nenhum designer deve ser estranho ao tema.

E deve até pensar de forma diferente: se resolver para estas situações, estou a resolver para todas.

Batalhamos sempre muito com o tema dos parágragos gigantes, que são muralhas de texto, e com o tema do texto justificado, e poucas pessoas estão sensíveis a que são dois pontos críticos para uma pessoa com dislexia.

Vamos todos conseguir, deve ser o lema de apoio a este hábito.

Consciência Ética

E por fim, algo que a par da acessibilidade deve ganhar a nossa atenção, e não só.

Aquilo que desenhamos deve ser feito com respeito pela pessoa humana, seja ela quem for e como for e como decidir ser.

Deve respeitar também as questões, cada vez mais importantes, da privacidade e do evitar da devassa digital ou do abuso no tratamento.

Deve evitar acentuar ou amplificar preconceitos, sejam eles quais forem.

Deve ser cada vez mais inclusivo e integrador.

Já nos deparámos com projetos que desde logo vinham com esta premissa, e foram desafiantes, porque nos obrigaram a olhar para as coisas com os olhos do outro e a desmontar os nossos próprios preconceitos.

Já falámos de aprendizagem contínua? Aqui está mais um hábito de que temos que cuidar bastante.

Queres ser um bom designer? Pratica bons hábitos!

Ninguém disse que seguir esta profissão era fácil. mas as outras também não são e cada um tem as suas dores.

Se bem que no fim do dia andamos todos a falar do mesmo, e de repente estes hábitos servem para toda a gente, porque toda a gente é vítima do mundo.

Podes fazer mais alguma coisa? Sim, café e vinil.

vinil e café, outro bom hábito para um designer
Photo by Andrei Bocan on Unsplash / Regenerada por AI em Photoshop
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