Estou mesmo à beira das férias e no meio de tanta tarefa e to-do’s e coisas que preciso de deixar orientadas, surge em mim a vontade de escrever.
Ok, até aqui tudo bem. mas escrever sobre quê? Não sei bem… e decidi começar com um título pomposo.
O futuro é um gelado de sardinha!
E agora? Não pretendo fazer aqui nenhum exercício de futurologia nem nada que se pareça, até porque já percebemos que o futuro é uma coisa que acontece amanhã e logo se vê.
E se nem uma famosa astróloga percebeu nas cartas que ia ser despedida no dia seguinte, quem sou eu para me pôr a deitar dados ou cartas. Portanto, não vou falar sobre o futuro. É uma conclusão.
Falemos do que se tem passado. E não propriamente do passado. Que isso é coisa que já lá vai. E o que se tem passado é até de certa forma divertido. Não fosse trágico para muita gente. Mas lá diz o ditado:
Atrás de uma grande tragédia, vem sempre algo de muito bom!
Ou pelo menos assim o esperamos. E então que se tem passado na ActiveMedia? Como estamos a viver estes tempos? Desafios e desafios? Vamos a isso.
Organizar é ainda mais necessário
É uma das grandes lições a retirar de todo este processo de sair daqui, ir para casa, voltar para aqui, coordenar equipa, partilhar conhecimento e ficheiros, partilhar ideias, criar coisas novas, acompanhar evoluções, saber o que se está a passar, …
Os primeiros tempos de confinamento foram tramendos e sinto que passámos muito tempo em call’s só para nos reorganizarmos. Aquilo que eram questões simples levaram tempo a resolver.
Como estás com o projecto? Há dúvidas? Posso ajudar? Deixa ver. …
Com o tempo conseguimos consolidar melhor as formas de nos organizarmos e não estando em perfeito, diria que está a caminhar para boas coisas. Ajustes aqui e acolá e lá iremos.
Confiar é fundamental
Mais que nunca é preciso confiar nas equipas, na sua responsabilidade, na sua entrega. Não exigimos horas de início, picar de ponto digital, ou outras formas de controlo.
No slack era frequente alguém dizer que ia ao yoga, escalar, ao ginásio, fazer compras nas alturas de menor pico, dar uma volta que estava farto. Nada disso atrapalhou os nossos dias nem as entregas.
Flexibilidade para fluir
Todos os dias percebemos que ninguém sabe e não vale a pena fazer muitos planos. Continuamos em casa, menos eu, que andarinho até à Active todos os dias, de vez em quando combinamos sessões de trabalho presenciais, quando o projecto assim o exige, ou porque já temos saudades de companhia.
Quando voltamos? Como voltamos? Voltamos? Não sei, não me interessa, a porta está aberta.
Aprendizes de feiticeiro
Este tem sido um enorme desafio. Todos os anos somos solicitados a acolher estagiários de várias escolas. E aqui foi uma miséria. Mesmo miséria. Não conseguimos… estamos a tentar… e está a correr melhor agora que já errámos e percebemos falhas.
E isto leva a concluir que uma das áreas do ensino que deve ser muito trabalhada nos próximos tempos é exactamente a capacidade de disciplina, resiliência, capacidades de comunicação e de desenrascanço dos futuros profissionais.
A pessoa que os pode ajudar não está ali, está noutro sitio, não vê que estão aflitos ou perdidos. Se não o disserem, ninguém vai saber.
É uma tarefa que ainda temos que resolver e encaixar melhor. Lá iremos.
Aborrecimento
“Estivesses em casa com 3 crianças, o cão e o gato a ver se te aborrecias!”
Certo. Têm a minha simpatia e solidariedade. Mas acreditem que passar dias inteiros sozinho num espaço também não é fácil.
E dizia eu que um dia me daria para ser Frade Capucho… agora passo os dias a ansiar alguma companhia, pouca vá, que ninguem aguenta o ar condicionado aos níveis que me são agradáveis.
E se a companhia faz falta para a criação, para o disparate criativo, para a erupção de ideias. É algo que precisa de mais trabalho.
Digital sempre, experiência first
Sempre que vejo um artigo ou um estudo a concluir que vem aí o digital, que agora é que é, e por aí, só me apetece chorar. Já cá anda desde mil nove e qualquer coisa. Só está 20 anos atrasado.
Sim, de uma vez por todas, ser digital facilitou bastante as coisas. Não movemos um ficheiro de sitio, não nos preocupámos com a localização dos servidores, com o acesso ao email ou a outras ferramentas… pois se está tudo na nuvem?
Mas confirma-se que o digital é apenas um meio, um canal, … tal e qual a electricidade e a água canalizada.
Agora só temos que assumir isso e usá-lo na construção das nossas experiências, sejam elas quais forem.
Vamos ficar bem?
Haveremos de ficar. Com novos hábitos, novas manias, novas formas de fazer e ser e acontecer. E no fim fazemos um resumo e uma sintese e iniciamos de novo. Tese-Antitese-Sintese.
Só temos que conseguir lá chegar com as mãozinhas lavadas, a devida distância e a mascarilha.
O futuro é um gelado de sardinha… explica lá melhor
É que o futuro só vai ser estranho, tal e qual um gelado de sardinha.
Como é que o vou comer? No pão? Com azeite? Acompanha com copo de tinto e salada de pimentos?
Mais uma vez vamos ter que desafiar as tradições e as convenções e vamos comer este gelado num belo cone de bolacha de farinha de grilo com topping de cazu marzu.
P.S – Se este artigo não é uma prova de que estou mesmo a precisar de férias, não sei que mais vos possa dizer em minha defesa. Até se podem meter comigo, mas o mais que vão receber é um fantástico FoFoFoffice. 🙂
Até setembro!