A história do SEO (Search Engine Optimization) já é longa. De acordo com Roger Montti, terá sido um artigo de 1998 intitulado “The Anatomy of a Large-Scale Hypertextual Web Search Engine” (Sergey Brin e Lawrence Page) a servir de base para o desenvolvimento daquilo que conhecemos hoje por SEO.
O artigo de Roger Montti é bastante detalhado na parte técnica e a sua leitura é recomendada para quem quer saber mais sobre os bastidores do SEO. Aquilo que nos traz aqui hoje não são os bastidores, mas aquilo que importa a quem escreve artigos para blogs, como este.
Os headings como ferramenta de leitura do conteúdo
Além de ajudar a pessoa leitora a seguir o texto, a entender as partes do seu todo, os H (Headings) são uma ferramenta que o próprio Google usa para fazer a leitura do conteúdo. Mais do que o efeito de ordenar o conteúdo (temos os H1, H2, H3…), o uso deste elemento passa mesmo pela comunicação:
“So… this question of… how should I order my H1, H2, H3, headings and what should the content be, that’s something from my point of view isn’t really that relevant.
John Mueller (Google)
Em entrevista a Roger Montti, John Mueller (Google) considera que a ordem dos H é irrelevante em termos de ranking. Em tempos essa ordenação já teve a sua importância, mas na actualidade já não é assim. Numa expressão: os H são sobrevalorizados e não importa tanto a questão de ter as keywords principais no H1 em vez do H2.
Mais do que o ranking, a comunicação
Acima de tudo, os H têm como função dividir o todo do artigo em partes, assinalar conteúdo importante, sumariar do que trata o bloco de texto que se segue, permitir uma leitura de tópicos e sub-tópicos no texto. Em suma, não devemos investir demasiado tempo na categorização dos H, mas sim pensar que servem para ajudar a pessoa leitora no contacto com o nosso texto.
Não é só a pessoa leitora que vai ter uma melhor experiência de compreensão; também o Google beneficia dessa arrumação do texto através dos H.
O H1 importa – e também importa saber estruturar um texto
Mais relevante do que a distribuição das keywords pelos H1 ou H2 é a capacidade para escrever e estruturar um texto. Diria que se o trabalho da pessoa leitora passa pela escrita de artigos para um blog e se pretende escrever bons artigos (Google friendly 🥰) então deverá canalizar a sua energia para a clareza do discurso.
Partilho consigo algumas das minhas sugestões neste campo. Preparada/o para tomar notas? Cá vai.
- defina o tema do artigo (ex.º a importância dos H1 nos artigos de blog);
- transforme o tema do artigo numa pergunta;
- verifique se a pergunta pode ser desdobrada em várias perguntas mais simples;
- desenhe um esqueleto do artigo no qual cada pergunta se transforma num H;
- faça a sua pesquisa para responder às perguntas;
- escreva as respostas às perguntas;
- comece a montar o texto com os diferentes blocos de pergunta e resposta;
- reveja os H: pode não ter sentido ter uma pergunta, mas sim uma afirmação relevante que faz parte do bloco de texto correspondente;
- faça uma revisão do texto no sentido de estabelecer pontes entre cada bloco;
- procure / crie imagens, gifs, vídeos ou infografias que possam enriquecer o conteúdo escrito;
- faça uma revisão de texto no sentido de verificar a sua unidade de sentido.
Pode ajudar muito ter alguém a fazer uma revisão do texto por si, a nível formal ou de conteúdo. Caso tenha alguém na sua equipa que possa contribuir para a revisão, “abuse” da sua boa vontade.
Foi o que fiz depois de escrever este artigo: pedi ao Jorge Oliveira para ler e acrescentar algumas notas, já que o seu ponto de vista é diferente do meu. Eis o que o Jorge partilhou a pensar nas questões da acessibilidade:
Para além das questões de SEO, é importante dar atenção à ordem com que os H’s são estruturados, para ajudarmos as pessoas com deficiência visual. É importante que nesse sentido a estrutura de conteúdo tenha uma certa lógica, porque ele vai estar a ouvir o site, e se os H’s estiverem estruturados da forma correcta, vamos facilitar a navegação. O h1 deve ser sempre o primeiro seguido dos H2. Só passamos a h3, se for efectivamente um sub tema do h2. Por isso devemos ter o site estruturado em h1, h2, h3, h2, h2, h3, h3, h3, h2
Acontece muitas vezes que esta estrutura se altera por razões estéticas… preciso dum titulo mais pequeno, mete um h6, e isso altera a hierarquia do conteúdo e baralha a pessoa que não vê e apenas ouve, porque perde a lógica da relação com o conteúdo.
(Jorge Oliveira)
Depois de escrito, resta publicar e distribuir pelos vários canais (twitter, instagram, linkedin…). Gosto de pensar nos artigos como work in progress e por isso não me inibo de fazer alterações depois de carregar no botão PUBLICAR. É sempre possível melhorar um artigo, seja pelos dados que os analytics nos dão, pelos comentários que nos deixam ou somente por ter lido ou pensado algo que faz mudar de perspectiva sobre o tema.
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Referências:
H1 Headings For SEO – Why They Matter – Roger Montti
Google Explains How to Use Headings for SEO – Roger Montti