Recomeçar…

Não vos posso dizer quantos artigos estão em rascunho neste blog… não posso. E porquê? Porque a cena de ter o tema e a estrutura e o motivo e os propósitos atrapalham e falta espaço para tanta estrutura.

Faz falta destruturar a estrutura para que ela se estruture de outra forma. Menos estruturada, mais orgânica.

Mais estrutura orgânica, mais fractal, mais auto generativa, mais natural. Como preferirem. Menos para mais.

Recomeçar…

Quantas vezes não encontramos na solução mais simples a melhor solução? Demasiadas. E ignoramos.

Então hoje este não fica em rascunho. Vai assim mesmo porque é importante que saia. Para desbloquear, para marcar o dia, para desemperrar os restantes.

Sim, mas estou a boiar na maionese. É a vida. Ou como dizem os mai-novos… é lidar.

Reflectir…

Voltar um pouco atrás a esta questão da estrutura.

Não vos faz falta um pouco mais de liberdade na vossa vida digital?

Não se andam a sentir demasiado fechados dentro de calendários, células de excel, gráficos de analytics, chats espertos, KPI’s de tudo e mais alguma coisa, retornos, ROI’s e etc?

E do outro lado… categorias, taxonomias, post types, content types, field types, related posts, padrões, componentes e sistemas?

E ainda… trends anuais, semestrais, de cada área de conhecimento, de cada marca que vende serviços no mercado, de cada design studio ou agência de marketing de referência, …

Mas mais… keywords, SERPS, titulos, descrições, urls, formatação de titulos de imagens, peso, performance?

Sendo tudo isto questões importantes e essenciais, mas não se sentem a trabalhar demasiado para as máquinas e para os padrões de expectativa e cada vez menos para as pessoas?

Onde está a nossa liberdade de poder fazer um site “manhoso”, totalmente despadronizado, SEO unfriendly, desorganizado e brutal?

E vontade ainda temos?

Ou fica apenas para os projetos pessoais que não passam do registo de um domínio aleatório só porque sim?

Assumir…

A nossa liberdade termina nos objectivos do negócio e design não é arte. É criar para servir um propósito de comunicação, venda, etc, de uma marca junto de uma audiência.

Foi a vida que escolhemos! Porque foi nela que encontrámos um propósito: desenhar experiências de interação e de relação entre marcas e pessoas.

Não procuramos mecenas, procuramos clientes e projectos que paguem para terem o nosso conhecimento e experiência ao seu serviço.

Procuramos projectos, onde no fim do dia, temos o sentimento de missão cumprida porque entregámos o nosso melhor para o seu sucesso.

É isto a nossa vida e portanto venham de lá padrões, regras, analytics, KPI’s, performance, … e trends.

Designhar…

Enquanto designers temos a responsabilidade de fazer melhor e de conseguir recuperar alguma aleatoriedade e orgânica aos projectos… para que eles sejam mais humanos, mais reais e mais próximos.

Que se sintam, que se possam apalpar e tocar. Que ganhem corpo e dimensão. Que sejam mais humanos e menos máquina.

Como é que o vamos fazer? Não tenho a resposta mas tenho algumas pistas.

Se os sites estão menos interessantes que as redes sociais… não há aqui um sinal de que algo pode ser diferente? O que está a faltar?

Se nas actividades de research se percebe que os utilizadores olham apenas pela rama e não vão ao detalhe… o detalhe está lá a fazer o quê?

Se os meios digitais tradicionais estão a ser lidos como formais e mais uma vez, tradicionais, que resposta podemos criar para isso?

Mas… e se ao mesmo tempo temos que manter canais de comunicação com as outras audiências?

Será que podemos matar o paradigma do site oficial como site único? Ou mesmo doutros interfaces digitais com que nos deparamos e com isso recuperar liberdade de ação para podermos não desenhar apenas uma estrutura mas várias?

Será que precisamos mesmo de estrutura? (e neste momento parte de mim que gosta de estrutura está meio em pânico)

fotografia de um letreiro de leds com a frase the journey is on

Para recomeçar outra vez…

E porque não? Não faz isso parte da nossa vida? 🙂

Já brincámos com o Geocities nos anos 90 e criámos as maiores aberrações visuais da web, já estruturámos e talvez agora em demasia… próximo passo… podemos recuperar mais orgânico e equilibrar o ecossistema digital em que vivemos?

Até já

Foto de Maxime Horlaville na Unsplash

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